segunda-feira, 25 de junho de 2012

Pio XII em Rede

O semestre, quase por terminar, nos faz perguntar pelo Tempo, pelo realizado. Queremos aferir, avaliar. Queremos ver e tocar os frutos de um planejamento fecundo. Carlos Drummond de Andrade  nos diz sobre o tempo e nos ensina a olhar para ele:
 
“O tempo nos aproxima,
Cada vez mais, nos reduz
A um só verso e uma rima
De mãos e olhos, na luz”

Que o nosso trabalho Pastoral e Educativo nos aproxime, cada vez mais, “de um só verso e uma rima”, ou seja, a  Utopia e a Mística que iluminam o Projeto Educativo ICM . Com a nossa vida, traduzimos, através do que somos, sentimos e fazemos, a história pessoal, o empenho pedagógico, a vivência pastoral, a compreensão do mundo que assumimos atuar e transformar.
Nenhuma novidade!
 
O novo é aceitar aprender sobre o jeito de olhar, para ver as pessoas e situações que nos mobilizam, sobretudo com quem mais precisa de nós!
 
No Tempo chamado 2012, temos um apelo sobre Saúde: que se difunda sobre a Terra. Nos Evangelhos, encontramos o Paradigma da Cura: Jesus de Nazaré, o Cristo Ressuscitado. Saúde e Cura, condições para viver e compreender a Utopia e Mística. Na Bíblia, a luz que se revela em Palavra e Força de Salvação.

No Evangelho de Mateus, temos uma importante lição de aprendizagem, de ensinamento sobre o tempo, a saúde, utopia, mística, projeto, planejamento, de educar-se:

“Saindo eles de Jericó, uma grande multidão o acompanhava. E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós! Mas a multidão os repreendia para que se calassem; eles, porém, gritavam cada vez mais: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! Então, parando Jesus, chamou-os e perguntou: Que quereis que eu vos faça? Responderam: Senhor, que se nos abram os olhos. Condoído, Jesus tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista e o foram seguindo.“(Mt 20, 29-34)

O que o texto nos diz? O que o texto nos faz dizer a Deus? Aproximando do texto, pode-se perceber a multidão, dois cegos e Jesus que passava. Um grito, uma repreensão e um pedido. Jesus PAROU. Por que parou? Parou para ESCUTAR. Para escutar, Jesus CHAMA e PERGUNTA. Qual será a dúvida de Jesus ou o que Ele queria saber através da pergunta? A pergunta não é dúvida sobre o que saber. Jesus queria dar aos cegos a possibilidade de aprender, de aprofundar, priorizar, estabelecer foco sobre o que necessitavam, sobre o que pediam, sobre o que queriam. Jesus está fazendo uma devolução para ser refletida, sentida e aprimorada: que quereis que eu vos faça? Após a pergunta, seria comum dar continuidade com explicações, argumentações, natural em uma conversa. Entretanto, Jesus decide assumir a conversa com os cegos, através do sentimento, ficou CONDOÍDO. Na compaixão, Jesus TOCA, cria vínculo, assume a intimidade de quem se importa, envolve no processo de transformação, oferece a libertação para o conflito, para o mal, para a necessidade que era sentida mas, que a cegueira impedia de ver. Estabelecer o vínculo que permite confiar, desenvolver, estabelecer relações aprendentes, portadoras de novidades. Após tocar, a grande novidade, a resposta, o sentido: “recuperaram a vista”, ou seja, a CURA. E qual foi a consequência da cura? Volte ao texto de Mateus. Como se apresenta a libertação? “E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho... recuperaram a vista e O foram seguindo."

PARAR, ESCUTAR, CHAMAR, PERGUNTAR, COMPADECER, TOCAR, CURAR. Este não é um bom itinerário pedagógico? Sair da margem para o centro, encontrar a centralidade, não ficar e não aceitar a marginalidade. Não colocar o que é importante, pessoas e situações, à margem. Decidir pelo Absoluto, por aquilo que realmente é significativo; não ficar acomodado, imobilizado, gritando. Identificar o que precisa ser feito, descobrir as verdadeiras necessidades, não permitir que conflitos e crises gerem cegueira; realizar um processo de aprendizagem por força de argumentos, mas também, pelo sentimento e emoção que ajudam a ver, mais claramente, com mais humanidade, aquilo que se apresenta; não ter pressa, parar, dar atenção, dialogar; não ter medo de criar vínculo e de se envolver. Quem está assentado não pode seguir pelo caminho. Prontidão, energia, para caminhar; não se intimidar com os contrapontos, críticas, com a desconfiança. Apostar no projeto, aproximar, entrar em relação, insistir, acolher, permitir ser tocado. “Escutar o apelo da eternidade!”
 

Solange Maria Nogueira
Coordenação do Serviço de Pastoral Escolar

Saiba Mais:

Escola Pio XII
Rio de Janeiro - RJ
Site: www.escolapioxii.g12.br

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